No Leadership Circle, acreditamos que elevar a liderança é mais do que um ideal: é uma necessidade urgente. Nosso propósito ganha relevância especial no mundo complexo em que vivemos, onde as decisões dos líderes impactam não apenas suas organizações, mas também comunidades, territórios e até mesmo o planeta.
O Leadership Circle existe sob a premissa de que há um Modelo Universal de Liderança. Este modelo reconhece que, além de nossas diferenças culturais ou pessoais, existem qualidades humanas essenciais que sustentam a liderança consciente: a capacidade de agir com propósito, de se relacionar com autenticidade e de responder com sabedoria diante da complexidade.
Como mulher, colombiana, migrada para o México (vivendo parte do meu ano na Espanha), casada com um espanhol, com enteada chinesa, liderando nossa operação na América Latina, Europa, Oriente Médio e África do Sul, entendo os delicados entrelaçamentos da diversidade e as dificuldades que implica honrá-la. Por isso, olho para o mundo com uma vontade global, sem negligenciar as riquezas regionais. Nesse contexto, nos últimos anos, no Leadership Circle, aprofundamos como a liderança se expressa na América Latina.
Reconhecer-nos como região e também como país é um passo essencial para compreender as forças que moldam nossa liderança. Só olhando de perto nossas tendências e crenças podemos gerar transformações que ressoem com nossa identidade e contexto.
Uma bússola para o desenvolvimento da liderança
O Modelo Universal de Liderança sustenta que a maneira como lideramos reflete nosso nível de consciência. Distingue dois aspectos-chave: as competências criativas, que expressam uma liderança guiada pelo propósito, integridade e desenvolvimento; e as tendências reativas, padrões automáticos que surgem do medo, da necessidade de aprovação ou do controle. É um modelo que não rotula, mas revela. Nos oferece um mapa para navegar o desenvolvimento da liderança com maior consciência, reconhecendo nossas luzes, nossas sombras e o potencial que ainda espera ser desdobrado.
Nossa missão Existimos para evoluir a prática consciente da liderança, para servir ao planeta e para o nosso despertar coletivo a nossa unidade inerente
Brasil: fortalezas criativas e oportunidades de evolução
O Brasil nos oferece uma expressão singular e poderosa do que significa liderar na América Latina. Em um país de imensa diversidade cultural, social e territorial, a prática da liderança adquire matizes próprios que merecem ser reconhecidos, compreendidos e cultivados. O perfil agregado do líder brasileiro revela com maior nitidez os padrões que modelam a liderança no país — tanto em suas fortalezas quanto em suas oportunidades de desenvolvimento.
O Leadership Circle Profile parte de uma premissa profunda: o impacto de nossa liderança reflete nosso nível de consciência. Baseando-nos naqueles líderes que se aproximaram do nosso Modelo e sobre os quais fizemos este estudo – 5834 líderes da América Latina, 639 do Brasil – o perfil agregado de liderança no país mostra um equilíbrio positivo, com pontuações criativas acima da média global, o que indica um terreno fértil para liderar com propósito, autenticidade e visão sistêmica.
A dimensão que mais se destaca é Consciência Sistêmica, com uma pontuação de 56.0, significativamente acima do padrão global (50.0). Isso revela a capacidade dos líderes brasileiros de perceber o todo, conectar suas decisões com um propósito mais amplo e agir considerando o impacto no sistema completo: suas equipes, suas organizações e a sociedade.
Essa consciência ampliada se combina com altos níveis de Autenticidade (53.8), Realização (53.5), Autoconsciência (52.9) e Relações (52.4). Esses resultados indicam uma liderança que não apenas se concentra em alcançar resultados, mas que valoriza o vínculo humano, lidera com integridade e está aberta ao autoconhecimento e ao aprendizado contínuo. Trata-se de uma base criativa sólida, que reflete uma maturidade já presente e um enorme potencial de expansão.
Das dimensões reativas, Conformidade é a mais expressiva, com uma pontuação de 51.9, acima da média global. Essa dimensão abrange comportamentos relacionados à complacência e ao desejo de pertencimento — padrões que podem levar a evitar o conflito, priorizar a aceitação em detrimento da autenticidade ou buscar aprovação às custas do impacto.
As dimensões de Controle (47.3) e Proteção (46.3) aparecem abaixo da média global, o que indica que, em geral, os líderes brasileiros tendem menos à rigidez, impaciência ou proteção excessiva. Ainda assim, convém observar como essas dinâmicas podem aparecer em contextos de pressão ou incerteza, limitando a expressão plena da liderança criativa.
A leitura integrada do perfil sugere que a liderança brasileira possui um enorme potencial: orientada para resultados, com abertura relacional e uma consciência sistêmica em crescimento. O principal chamado que emerge desses dados é fortalecer o centro interior — esse lugar de clareza, presença e propósito — a partir do qual liderar não por necessidade de agradar, mas por uma escolha consciente a serviço do bem maior.
Como acompanhar a evolução dos líderes brasileiros?
No Leadership Circle, passamos décadas acompanhando líderes de todo o mundo no processo de ampliar sua consciência e liberar seu máximo potencial. Sabemos, por experiência, que o desenvolvimento da liderança não consiste em adicionar mais habilidades, mas em liberar o que já habita no interior. Esta tarefa — profunda, desafiadora e transformadora — é também a arte de quem exerce o coaching com presença e propósito.
Quando olhamos o perfil da liderança no Brasil, vemos um terreno fértil: abundam as fortalezas criativas, a disposição para o cuidado, a sensibilidade para com o outro. Ao mesmo tempo, observamos uma presença significativa de Conformidade, a dimensão reativa que inclui comportamentos como a complacência, a necessidade de pertencer ou a tendência a evitar o conflito.
Longe de se tratar de um erro, essa tendência reativa contém um presente valioso: a sensibilidade ao ambiente, o impulso de criar harmonia e a intenção genuína de pertencer e contribuir a partir de um lugar de conexão humana. O desafio é que, quando essas qualidades se tornam inconscientes ou exageradas, podem levar o líder a se desconectar de seu propósito, silenciar sua voz ou adiar decisões necessárias.
Acompanhar líderes brasileiros neste ponto de desenvolvimento implica:
· Nomear o presente dentro da reatividade. Ajudar o líder a reconhecer qual intenção valiosa está por trás de seu padrão. No caso da Conformidade, é o desejo de harmonia, a adaptabilidade e a capacidade de conexão.
· Transformar esse presente em caminho de desenvolvimento. Usá-lo como semente para cultivar práticas que integrem relação e firmeza, conexão e autenticidade.
· Conectar com os stakeholders a partir da visão. Convidar o líder a se vincular com seu ambiente não apenas pela necessidade de agradar, mas pela clareza do que busca criar e sustentar junto com os outros.
· Suavizar os custos do padrão reativo com práticas conscientes. Oferecer ferramentas para que o líder possa detectar quando está cedendo por necessidade e escolher respostas mais centradas e alinhadas com seu propósito.
· Reforçar uma nova identidade. Acompanhá-lo a se apropriar de uma forma mais integrada de ser líder — uma que honre seu impulso de conexão, mas que o expresse a partir de um lugar de poder pessoal e consciência sistêmica.
Essa abordagem reconhece que todo padrão reativo é também uma porta de entrada. Que o que muitas vezes limita o líder é, na verdade, uma expressão distorcida de um presente mais profundo. Acompanhá-lo a descobrir, nomear e integrar isso é uma das tarefas mais significativas que podemos exercer como coaches, e uma das formas mais potentes de elevar a liderança no Brasil.
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